Revelei Meu Caso na Reunião de Família do Meu Marido – E a Vingança Veio3 min de lectura

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Pensei que estava a recuperar a minha vida. Afinal, só lhe estava a atear fogo.

Há três semanas, fiz as malas. Não às escondidas, nem em silêncio. Fiz isso depois de me levantar na frente de cinquenta pessoas—toda a família do meu marido—e dizer que o ia deixar por um colega de trabalho.

Não foi uma decisão de momento. O meu marido estava desempregado há oito meses. Não foi despedido. Foi mandado embora. Por aparecer bêbado no armazém onde trabalhava. De novo. Prometeu que ia arranjar emprego, mas passava os dias a jogar enquanto eu fazia turnos duplos no restaurante, a juntar trocos para a renda e as compras.

O meu colega começou como bartender há seis meses. Inteligente. Ambicioso. Até tinha carro próprio, em vez de andar sempre a pedir o meu. Começámos a conversar nos turnos mais calmos. Depois a trocar mensagens. Depois a sair depois do trabalho.

Uma noite, no apartamento dele, olhou para mim e disse: “Tu mereces alguém que realmente te dê segurança. Não um preguiçoso que só sabe jogar computador o dia todo.”

Eu acreditei nele.

O almoço de família foi em casa da minha sogra. O quintal estava cheio de parentes, risadas e cadeiras de plástico. O meu marido estava a gabar-se de um torneio que ganhara online. O primo perguntou-lhe como andava a procura de emprego.

“Ah, estou perto,” mentiu. “Tenho uns bons contactos.”

Eu rebentei.

“Na verdade, ele não manda um currículo há três meses,” disse, levantando-me. “Cansou-me de fingir. Vou deixá-lo por alguém que tem um trabalho a sério e ambição de verdade.”

O quintal ficou em silêncio. O rosto do meu marido ficou branco.

“O que é que estás a dizer?” perguntou.

Não hesitei.

“Estou a dizer que és um preguiçoso que nem às compras consegue ir. Estou a dizer que encontrei alguém melhor. Alguém que realmente ganha dinheiro em vez de viver à minha custa.”

A irmã dele soltou um gritinho. A tia deixou cair o prato. A minha sogra atravessou o quintal em quatro passos furiosos e deu-me uma chapada com toda a força.

“Rua da minha casa. Agora.”

“Com todo o gosto,” respondi, com a cara a arder. “Divirtam-se a proteger o vosso filho fracassado.”

Saí apenas com a minha carteira. Naquela noite, mudei-me para casa do bartender. Postei nas redes sociais sobre começar uma vida nova com um “homem a sério”.

Durou dois meses.

Afinal, o meu colega também estava a sair com a nova hospedeira. E com uma das empregadas. Encontrei-os juntos na cama dele quando cheguei mais cedo do turno.

“Tu sabias que não era exclusivo,” disse, como se eu fosse burra por assumir o contrário.

Não tinha para onde ir. O meu marido mudou as fechaduras. A minha família disse que me deitei na cama que fiz. O bartender ficou com a caução do apartamento onde íamos morar juntos.

Agora trabalho num tasco ao pé da autoestrada. Ordenado mínimo. Sem gorjetas.

O meu marido arranjou emprego na empresa de construção de um amigo no mês passado. Ontem publicou fotos da carrinha nova.

A marca da chapada desapareceu, mas às vezes ainda a sinto. Aquele momento em que pensei que era tão esperta, tão superior. Quando queimei todas as pontes por alguém que me via só como mais uma opção.

Ele ainda trabalha no nosso antigo restaurante. Já tem nova namorada. Eu frito hambúrgueres e pergunto-me se era isto que eu merecia desde o início.

Mas humilhar o meu marido na frente de toda a gente—será que foi mesmo necessário? Ou fui só cruel?

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