Quando ele me agrediu por não cozinhar, mesmo com febre alta, assinei os papéis do divórcio. Minha sogra gritou que eu acabaria na rua, mas minha resposta a deixou sem palavras…3 min de lectura

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Casei-me aos 25 anos, achando que o casamento era o final feliz que toda mulher sonhava. Mas em três anos, percebi que tinha sido a pior decisão da minha vida.

Naquele dia, ardia em febre acima de 40°C. O corpo tremia, a cabeça girava, cada membro pesado como pedra. Só queria ficar quieta e descansar. Mas quando o meu marido, Jorge, chegou do trabalho ao final do dia, as primeiras palavras que saíram da sua boca foram um rosnado:

“Porque é que o jantar não está pronto? Não cozinhaste?”

Tentei levantar-me, sussurrando fraquinha:

“Jorge… Estou com febre. Hoje não consigo. Amanhã compenso, prometo.”

Mas os olhos dele encheram-se de raiva. “Que mulher é esta que não consegue fazer um jantar?” berrou, antes da palma da mão dele me atingir a cara com a força de um trovão.

A face ardia, as lágrimas caíam sem controlo. Não sabia se era da dor ou da humilhação. Tentei protestar: “Jorge… Estou mesmo doente…”, mas ele não quis saber. Entrou no quarto de rompante, bateu com a porta, deixando-me trémula no sofá.

Naquela noite, delirante com febre, percebi a verdade: o homem que eu chamava de marido nunca me tinha amado. Nunca me viu como companheira, apenas como criada.

De manhã, soube que não podia continuar. Com mãos trémulas mas um coração estranhamente calmo, preenchi os papéis do divórcio e assinei o meu nome. Entrei na sala e disse, sem emoção:

“Jorge, quero o divórcio. Não vou viver assim mais tempo.”

Antes que ele respondesse, a minha sogra, Dona Amélia, saiu da cozinha aos berros:

“Divórcio? Quem é que tu pensas que assustas? Esta casa não é um lugar onde entras e sais quando te apetece!”

Apontou-me com o dedo, gritando ainda mais alto:

“Se saíres, vais acabar a pedir esmola na rua. Ninguém vai querer uma inútil como tu!”

Foi mais uma bofetada, mas desta vez não doeu. Ergui-me, olhei-a nos olhos e respondi com calma:

“Pedir esmola ainda é melhor do que viver nesta casa sem dignidade. Pelo menos os pedintes são livres. Prefiro isso a ser a sombra da tua família.”

A sala ficou em silêncio. Até o Jorge, que veio a correr para gritar, parou diante do meu olhar. Pela primeira vez, não tive medo.

Com uma mala pequena, deixei tudo para trás. Os vizinhos cochichavam quando passei: “Coitada, mas tem coragem.”

A vida depois não foi fácil. Aluguei um quarto minúsculo, voltei a trabalhar e fui-me refazendo. Mas todas as manhãs, ao acordar, sentia alívio. Chega de palmadas inesperadas, chega de noites passadas com medo.

Um mês depois, a minha força e o meu espírito regressaram. O trabalho tornou-se mais fácil, os amigos animaram-me, os colegas apoiaram-me. Percebi que a felicidade não está numa casa grande, mas na paz e no respeito.

Entretanto, Jorge e a Dona Amélia conheceram o fracasso. Espalhou-se a notícia da crueldade dele, e a loja da família perdeu clientes. As pessoas evitavam-nos, fartas da arrogância da velha.

Com o passar dos meses, tornei-me mais forte, mais livre. Muitas vezes, lembro-me daquela noite febril — foi o momento que me salvou.

Uma vez, perguntaram-me se me arrependia do divórcio. Ri-me.

“Arrependida? Nem pensar. O único arrependimento é não ter saído mais cedo. Se não tivesse assinado aqueles papéis naquele dia, ainda seria uma sombra. Agora sou livre, e a liberdade é o maior presente de todos.”

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