Por Conselho da Mãe, Marido Leva Esposa Doente ao Bosque… Um Ano Depois, Ele Volta Sozinho6 min de lectura

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Por conselho da mãe, o marido levou a esposa, afligida por doenças, para uma floresta abandonada… Um ano depois, voltou para casa.

Quando Inês casou-se com Tomás, tinha apenas vinte e dois anos. Jovem, brilhante, com olhos grandes e o sonho de uma casa que cheirasse a bolos frescos, onde se ouvisse o riso das crianças e se sentisse o calor do lar. Ela acreditava que era o seu destino. Ele era mais velho, reservado, um pouco desleixado e severo, mas no seu silêncio, ela sentiu segurança. Pelo menos, foi o que pensou naquela época.

A sogra recebeu-a com desconfiança desde o primeiro dia. Os olhos dela diziam tudo: “Não és digna do meu filho.” Inês esforçou-se ao máximo: limpou, cozinhou, adaptou-se. Mas nunca foi suficiente. A sopa sempre era sem sal ou com sal demais, a roupa estava sempre mal passada, ela olhava para o marido com demasiada ternura. Tudo a incomodava.

Tomás manteve-se em silêncio. Crescera numa família onde a palavra da mãe era lei. Ele não queria ir, mas aceitou, calado e sofrendo. Mesmo quando ela começou a sentir fraqueza, quando perdeu o apetite e mal conseguia levantar-se da cama, ele atribuiu tudo ao cansaço. Nunca imaginaria que um mal incurável crescia nela.

O diagnóstico veio de repente. Fase avançada. Inoperável. Os médicos abanavam a cabeça. Naquela noite, Inês chorou no travesseiro, escondendo a dor do marido. De manhã, voltou a sorrir, passou as camisas dele, preparou a sopa, ouviu as críticas da sogra. Tomás afastava-se cada vez mais. Os olhos dele já não a procuravam, a voz tornara-se fria.

Um dia, a sogra chegou perto dele e sussurrou:
“És jovem, tens que viver. E ela… é só um fardo. Para quê? Leva-a, leva-a para a tia Rosa, para o campo. É calmo lá, ninguém vai julgar. Descansarás. Depois, começas uma vida nova.”

Ele não disse nada. Mas no dia seguinte, sem uma palavra, arrumou as coisas dela, ajudou-a a entrar no carro e levou-a até à aldeia, onde as estradas terminam e o tempo passa devagar.

Ela ficou em silêncio o caminho todo. Não fez perguntas, não chorou. Sabia a verdade: não foi a doença que a matou, mas a traição. O fim da família, do amor, da esperança—tudo se desfez no momento em que ele ligou o motor.

“Aqui estarás segura,” disse ele, tirando a mala do carro. “Vais melhorar.”

“Voltas?” — sussurrou ela.
Ele não respondeu. Apenas acenou brevemente e foi-se embora.

Os aldeões traziam comida, a tia Rosa aparecia de vez em quando, para ver se ainda estava viva. Inês ficou ali durante semanas. Meses. Olhava para o teto, ouvia a chuva bater no telhado, via os pinheiros balançarem ao vento pela janela.

Mas a morte demorava.
Passaram-se três meses. Depois seis. E um dia, um jovem socorrista chegou à aldeia. Com um olhar bondoso, gentil. Começou a aparecer, aplicando soros, ajustando medicamentos. Inês não pedira ajuda, mas já não queria morrer.

E aconteceu um milagre. Primeiro, levantou-se da cama. Depois, saiu para o alpendre. Até ao banco da aldeia. As pessoas admiravam-se:
“Está melhor, menina?”
“Não sei,” respondia ela. “Só quero viver. Parece-te estranho?”

O jovem socorrista tornou-se uma presença constante na vida de Inês. Não falava muito, mas o seu olhar tranquilo dava-lhe confiança. Todas as manhãs, ela esperava o som dos seus passos no caminho poeirento da aldeia. Aos poucos, o seu corpo ganhou força, mas mais importante—o seu espírito começou a renascer.

Começou a andar pelo pinhal próximo, sentindo a terra húmida sob os pés, o aroma da resina e das folhas caídas, um alívio estranho no peito. As lágrimas que antes eram de tristeza, agora misturavam-se com gratidão por estar viva. Cada dia, a vida parecia mais clara, mais valiosa.

Os aldeões habituaram-se a vê-la sentada no banco da praça, a conversar com o socorrista ou simplesmente a olhar para o céu. Começou a ajudar como podia: cozinhava para os vizinhos, cuidava da horta, ouvia os que precisavam de um ouvido amigo. Cada gesto fazia-a sentir-se mais humana, mais forte.

Um dia, enquanto caminhava por um trilho coberto de folhas douradas, Inês encontrou uma carta escondida entre os ramos de um velho carvalho. Reconheceu-a de imediato: era da sua mãe, escrita anos atrás, cheia de amor e conselhos que nunca chegara a ler. As suas mãos tremeram, e lágrimas quentes correram-lhe pelas faces. A carta dizia-lhe que a vida, por dura que fosse, merecia ser vivida com dignidade e esperança.

O socorrista, chamado Tiago, estava ali quando ela leu a carta. Não disse nada, apenas a olhou com respeito. Inês sentiu um calor no coração que não sentia há anos. Entendeu que, apesar do passado marcado pela traição e solidão, ainda podia construir um futuro.

Com o tempo, Inês começou a ensinar as crianças da aldeia a ler e escrever. O riso voltou aos seus lábios, um riso que há muito não se ouvia. Cada criança que sorria diante dela era um lembrete de que a vida podia florescer mesmo depois da maior dor.

Uma tarde de outono, enquanto o sol se escondia atrás das serras, Tiago e Inês caminharam até à margem do rio. A água refletia os tons dourados e vermelhos das folhas. Inês pegou na mão dele e, sem palavras, soube que encontrou algo que nunca julgara possível: confiança e amor verdadeiro.

“Nunca pensei que pudesse voltar a sentir-me viva,” disse ela suavemente.
“E eu nunca pensei que encontrasse alguém que me ensinasse a cuidar como tu,” respondeu Tiago, sorrindo.

Os anos passaram. Inês nunca voltou à cidade antiga nem àquele casamento que a traiu. Não guardou rancor, porque entendeu que a verdadeira força não estava em vingar-se, mas em perdoar e seguir em frente.

Com a saúde recuperada, decidiu construir uma pequena biblioteca na aldeia. Era o seu presente à vida e à comunidade que a acolheu. Cada livro arrumado nas prateleiras era um símbolo de resistência, esperança, recomeços.

A tia Rosa continuava a visitá-la, agora com orgulho. “Olha o que conseguiste, Inês,” dizia. “Sobreviveste à tempestade e floresceste num jardim que tu mesma cultivaste.”

Inês percebeu que a sua vida não se definia pelo que perdera, mas pelo que escolheu construir. A traição, a doença, o abandono—tudo fora um capítulo de dor que a tornou mais forte, mais sábia, mais capaz de amar.

Uma tarde de primavera, enquanto as flores enfeitavam os campos, Inês e Tiago organizaram uma pequena festa na aldeia. Os vizinhos trouxeram comida, música e risos. As crianças corriam pelos prados, cheias de alegria. Inês parou por um momento e respirou fundo, sentindo o ar fresco no rosto.

“Olha o quão longe chegámos,” disse Tiago. “Não apenas sobreviveste, Inês. Viveste.”
“Sim,” respondeu ela, sorrindo. “E ainda há tanto para vE assim, sob o céu infinito daquela aldeia, Inês descobriu que a vida, quando vivida com coragem, sempre encontra um novo caminho para florescer.

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