Passageiros aterrorizados ao descobrir o motivo do comportamento estranho de um cavalo2 min de lectura

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**Diário de um motorista, 15 de outubro de 2023**

Era um dia comum na estrada entre Coimbra e Aveiro. O autocarro, cheio de turistas, seguia em direção ao famoso Mosteiro de Santa Clara. Os passageiros, animados com a viagem, cantavam fados, contavam histórias e riam como se não houvesse amanhã. O clima era leve, quase festivo. Eu, ao volante, concentrado como sempre, mantinha o olho na estrada, tranquilo no meu ofício.

A estrada serpenteava por um pinhal denso, e tudo parecia normal… até que deixou de ser.

De repente, como se tivesse surgido do nada, uma égua apareceu. Preta, reluzente, bem cuidada—claramente não era selvagem. Galopava ao lado do autocarro, mantendo o ritmo sem se cansar, como se quisesse chamar a atenção. Os turistas, curiosos, sacaram os telemóveis. Uns riam, outros gritavam: “Grava isso!”—pensavam ser apenas um momento pitoresco da viagem.

Mas havia algo estranho no comportamento do animal. A égua relinchava, quase como se estivesse a avisar, a pedir ajuda. Algo não batia certo. Reduzi a velocidade e, por fim, parei o autocarro. Abri a porta, e ela parou ao lado, inquieta. Desci, aproximei-me, examinei-a: nenhum ferimento, nada de errado.

“—Então, o que queres, minha linda?” murmurei, quase rindo, já me virando para voltar.

Mas a égua cortou-me o caminho. Posicionou-se diante da porta, sacudiu a cabeça, insistindo. Foi aí que a animação no autocarro virou tensão. Um silêncio pesado caiu sobre todos. Minutos depois, ficou claro o porquê daquele comportamento…

Um estrondo cortou o ar. À distância, uma nuvem de fumo ergueu-se acima das árvores. A ponte adiante—a única passagem sobre o rio—desmoronara. Explodira.

O autocarro ficou em silêncio. Todos perceberam: se não tivéssemos parado, estaríamos naquela ponte quando ela caiu…

Mais tarde, soubemos que um vazamento de gás num armazém próximo causara a explosão. Os destroços atingiram a ponte por puro acaso. Uma sequência de eventos que poderia ter sido fatal.

A égua permaneceu ali, calma. Como se soubesse que o perigo passara.

Nunca saberemos como os animais pressentem o perigo. Foi instinto? Sorte? Algo além da nossa compreensão? Não importa. O que sei é isto: se não fosse por aquela égua, esta história nunca teria sido contada… e eu não estaria aqui para escrevê-la.

**Lição do dia:** Às vezes, os avisos vêm dos lugares mais inesperados. Cabe a nós saber ouvir.

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