¡NÃO FAÇA ISSO! A EMPREGADA DESAFIA A MADRASTA MALVADA DIANTE DO RICO5 min de lectura

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O menino de 7 anos, em cadeira de rodas, tentava conter o choro enquanto a madrastra o humilhava sem piedade. Mas antes que ela dissesse algo pior, a empregada doméstica apareceu na porta e gritou: “Não faças isso!” A voz ecoou por toda a sala. O milionário, que acabara de chegar, ficou paralisado ao presenciar a cena.

Há dois anos, a casa nos montes da Serra da Estrela parecia muda—não por falta de gente ou por ninguém falar, mas porque tudo ali parecia apagado. O silêncio não era normal, era incômodo, pesado, como se pairasse em cada canto.

Tomás, dono daquela mansão com janelões altos e um jardim digno de revista, já não se surpreendia ao acordar com aquela sensação de vazio. A esposa, Beatriz, morrera num acidente de carro numa noite chuvosa, quando voltava para casa depois de buscar um presente para o quinto aniversário do filho, Léo. Desde então, até o ar parecia diferente.

Léo ficara numa cadeira de rodas. O impacto danificara a coluna, e ele nunca mais voltou a andar. Mas isso não era o pior. O pior era que ele também nunca mais sorriu—nem quando lhe deram um cachorrinho, nem quando encheram a sala com uma piscina de bolinhas. Nada. Apenas observava em silêncio, com um olhar sério e triste.

Agora, aos 7 anos, parecia carregar o mundo nos ombros. Tomás fazia o que podia. Tinha dinheiro—isso nunca fora problema. Pagava médicos, terapias, cuidadores, brinquedos, o que fosse. Mas não podia dar ao filho o que mais lhe doía: a mãe. Ele também estava destroçado, só que disfarçava melhor.

Levantava-se cedo, mergulhava no trabalho no seu escritório em casa e, à tarde, descia para sentar-se ao lado de Léo em silêncio. Às vezes lia para ele, outras vezes viam desenhos juntos, mas era como se estivessem presos num filme que ninguém queria ver. Várias babás e empregadas haviam passado por ali, mas nenhuma ficava. Algumas não suportavam a tristeza no ar.

Outras simplesmente não sabiam como lidar com o menino. Uma durou três dias e saiu chorando. Outra não voltou depois da primeira semana. Tomás não as culpava. Ele próprio já quisera fugir muitas vezes.

Numa manhã, enquanto lia e-mails na sala de jantar, ouviu a campainha tocar. Era a nova empregada. Pedira à assistente, Sónia, que contratasse alguém experiente, mas também gentil—não apenas eficiente. Sónia dissera que encontrara uma mulher trabalhadora, mãe solteira, tranquila, do tipo que não dá problemas. Chamava-se Mariana.

Quando entrou, Tomás olhou-a de relance. Trazia uma blusa simples e uma calça de ganga. Não era jovem, mas também não velha. Tinha um olhar que não se finge—quente, como se já o conhecesse. Sorriu-lhe, um pouco nervosa, e ele retribuiu com um aceno rápido. Não estava para conversas. Pediu a Rui, o mordomo, que lhe explicasse tudo e voltou ao trabalho.

Mariana foi direto para a cozinha. Apresentou-se aos outros empregados e começou a trabalhar como se já conhecesse a casa. Limpava sem fazer barulho, falava baixo e sempre com respeito. Ninguém entendia como, mas em poucos dias o ambiente começou a mudar. Não era que todos ficassem felizes de repente, mas algo era diferente. Talvez fosse a música suave que punha enquanto varria, ou o modo como chamava todos pelo nome, ou como não olhava para Léo com pena, como os outros.

A primeira vez que o viu foi no jardim. Ele estava debaixo da árvore, na cadeira de rodas, a olhar para o chão. Mariana saiu com uma bandeja de bolachas que fizera e aproximou-se sem dizer nada. Apenas sentou-se ao seu lado, pegou uma bolacha e ofereceu-a. Léo olhou de relance, depois baixou os olhos. Não disse nada, mas também não foi embora. Mariana ficou. Assim passou o primeiro dia—sem palavras, mas com companhia.

No dia seguinte, ela voltou ao mesmo lugar, à mesma hora, com as mesmas bolachas. Desta vez, sentou-se mais perto. Léo não as aceitou, mas perguntou-lhe se sabia jogar o jogo do Uno. Ela disse que sim, embora não fosse muito boa. No outro dia, já tinham as cartas na mesa do jardim. Jogaram uma partida. Léo não sorriu, mas também não desistiu quando perdeu.

Tomás começou a notar essas pequenas mudanças. Léo já não queria ficar sozinho o dia todo. Perguntava se Mariana viria. Às vezes seguia-a com os olhos pela casa. Uma tarde, até pediu que ela o ajudasse a pintar. Mariana sentou-se com ele e passou-lhe os pincéis sem pressa. Fazia tempo que Léo não mostrava interesse em nada.

O quarto dele também mudou. Mariana pendurou desenhos nas paredes. Ajudou-o a organizar os brinquedos favoritos numa prateleira baixa, para que ele pudesse alcançá-los. Ensinou-lhe a fazer uma sanduíche sozinho. Coisas simples, mas importantes.

Tomás sentia-se grato, mas também confuso. Não sabia se era coincidência ou se Mariana tinha mesmo algo especial. Às vezes ficava parado na porta, a observá-la a falar com Léo, como lhe tocava no ombro, como lhe sorria. Não era uma mulher barulhenta ou exibida—era o oposto. Mas tinha uma presença que não se ignorava.

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