Os meus sogros tiraram-me tudo após a morte do meu marido… até que o advogado revelou uma verdade que iria mudar a minha vida para sempre.
Chamo-me Leonor, e há cinco anos era apenas uma bibliotecária de uma cidade pequena, convencida de que sabia como seria o meu futuro. Nunca imaginei que uma terça-feira qualquer iria desmoronar tudo.
Foi numa campanha de doação de livros que o conheci: Diogo Almeida. Calmo, atencioso, genuíno. Jamais suspeitaria que aquele homem pertencia a uma das famílias mais ricas do país, donos de um império industrial avaliado em milhões. Diogo nunca agiu como um milionário; escondia deliberadamente a sua fortuna porque queria ser amado por quem era, não pelo que tinha. E eu amei-o exatamente assim.
Quando conheci os seus pais, Beatriz e António Almeida, percebi porque ele valorizava a simplicidade. Olharam-me como se eu fosse invisível.
—Trabalhas numa biblioteca? —perguntou Beatriz com desdém—. Que… interessante.
Não parava de sublinhar as diferenças entre os nossos mundos, deixando claro que, aos seus olhos, eu não era digna do filho deles.
Mas Diogo não ligava a nada disso. Amava-me sem reservas. Quando os pais boicotaram o nosso casamento, ele segurou o meu rosto entre as mãos e disse:
—Eles estão perdidos, amor. Hoje é o nosso dia.
Fizemos uma cerimónia pequena, mas perfeita. Eu achava que teríamos décadas para provar como estavam errados.
Vivemos três anos de felicidade pura. Uma história de amor verdadeiro. Mas os contos de fadas não ensinam como sobreviver a uma chamada que destrói o teu mundo.
Numa manhã de terça-feira, a assistente de Diogo ligou-me:
—Senhora Almeida, precisa de vir urgentemente ao hospital. O Diogo desmaiou na reunião de diretoria.
Cheguei num estado de confusão, mas já era tarde. Um ataque cardíaco fulminante aos 32 anos. Quando entrei naquele corredor frio, a pessoa que amava já não estava ali.
O funeral foi um pesadelo. Beatriz assumiu o controlo total, como se eu fosse uma intrusa e não a esposa dele. Senti-me estranha no adeus ao meu próprio marido.
Dias depois, o notário leu o testamento oficial: tudo passava para o fundo familiar dos Almeida. Eu estava demasiado arrasada para pensar em dinheiro.
Aquele frágil silêncio durou apenas cinco dias. Uma manhã, acordei com o barulho de camiões no jardim. Beatriz e António estavam lá, rígidos como generais.
—O que se passa? —perguntei, ainda de pijama.
—Esta casa pertence agora à corporação Almeida —anunciou Beatriz, gelada—. Tem duas horas para recolher os seus pertences. O resto fica aqui.
—Esta é a minha casa! —protestei—. O Diogo e eu vivemos aqui juntos.
Ela soltou uma risada seca.
—E agora o Diogo já não está. Você foi apenas… um obstáculo do qual nos livrámos. Não tem qualquer direito. A casa, os carros, tudo pertence à empresa.
Os seguranças acompanharam-me enquanto eu tentava enfiar numa mala três anos de memórias. Pedi para ficar, pelo menos, com um dos seus casacos, algo que ainda cheirasse a ele. Beatriz negou com a cabeça.
—A tua pequena fantasia acabou —disse, deixando cair a máscara de falsa educação—. Vais embora sem nada.
Saí humilhada, destruída, certa de que tinha perdido tudo. Mas não sabia que as palavras dela eram mentira. Diogo não me deixara na miséria: deixara-me uma arma secreta. Um testamento oculto, uma fortuna de milhões que nem os próprios pais conheciam.
E eu estava disposta a usá-la para recuperar tudo.





