A Ricachona Apareceu de Repente e Viu a Babá com Seus Filhos… O que Ela Viu a Fez se Apaixonar6 min de lectura

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Num dia de outono, o milionário chegou sem aviso à sua mansão e apaixonou-se ao ver o que a babá ensinava aos seus trigêmeos. Eduardo Carvalho ficou paralisado no limiar da porta. As mãos ainda seguravam a mala de viagem. A gravata pendia solta depois de 18 horas de voo desde Xangai. Tinha regressado três dias antes porque as negociações terminaram rápido, porque algo no peito lhe dissera que precisava estar em casa. Agora entendia porquê.

No chão do quarto, a nova babá estava ajoelhada sobre o tapete azul. O seu uniforme preto com avental branco contrastava com o chão elegante. Mas não fora isso que lhe roubara o ar dos pulmões. Foram os seus filhos. Rodrigo, Francisco e Afonso estavam ajoelhados ao seu lado, as pequenas mãos entrelaçadas frente aos peitos, os olhos fechados com uma paz que Eduardo jamais vira nos seus rostos. “Obrigado por este dia.”

A voz da babá era suave, melodiosa. “Obrigado pela comida que nos alimenta e pelo teto que nos protege.” “Obrigado pela comida”, repetiram as três crianças em uníssono. Eduardo sentiu as pernas pararem de responder. “Agora digam a Deus o que vos fez felizes hoje.” Rodrigo abriu um olho, olhou para os irmãos e fechou-o novamente.

“Fiquei feliz quando a Inês me ensinou a fazer bolachas.” A voz era tímida, mas clara. “Eu fiquei feliz por brincar no jardim”, acrescentou Francisco. Afonso, o mais calado dos três, demorou mais a falar. “Eu fiquei feliz porque já não tenho medo à noite.” A mala escorregou da mão de Eduardo e caiu no chão.

Inês abriu os olhos imediatamente. O olhar escuro encontrou o dele através do quarto. Durante três segundos que pareceram eternos, nenhum se moveu. As crianças abriram os olhos também. “Pai!”, gritou Francisco levantando-se num pulo, mas Eduardo mal conseguia processar as palavras. A visão tinha-se tornado turva.

Algo quente queimava-lhe atrás dos olhos. “Senhor Carvalho.” Inês pôs-se de pé com graça, alisando o avental. “Não o esperávamos antes de sexta.” “Jos…” A voz saiu rouca. “Terminei mais cedo.” Rodrigo e Afonso correram para ele. Os bracinhos envolveram-lhe as pernas. Eduardo abraçou-os automaticamente, mas os olhos permaneciam cravados na mulher que transformara os seus filhos em apenas quatro semanas. Quatro semanas.

Sete babás anteriores tinham falhado em 18 meses. Nenhuma conseguira que os filhos dormissem sem gritar. Nenhuma fizera com que deixassem de destruir os brinquedos. Nenhuma os fizera sorrir assim. “Queres rezar connosco, pai?” A voz de Afonso era esperançosa. Eduardo não sabia rezar.

Não se lembrava da última vez que falara com Deus. Talvez quando tinha a idade dos filhos, talvez nunca. “Eu tenho…” apontou vagamente para a porta. “De guardar as minhas coisas.” A deceção cruzou o rosto de Afonso como uma sombra. “Deixo-vos terminar a vossa oração.”

Eduardo recuou para o corredor. “Continuem, por favor.” Inês inclinou ligeiramente a cabeça. Não disse nada, mas algo nos seus olhos trespassou-o como uma faca. Eduardo caminhou pelo corredor da mansão com passos que não sentia. Desceu as escadas agarrando-se ao corrimão como um bêbado. Entrou no escritório e trancou a porta.

Só então permitiu-se colapsar contra a madeira. Os filhos tinham estado a rezar, os seus filhos selvagens, furiosos, destroçados, tinham estado ajoelhados com as mãos juntas, a falar com Deus sobre bolachas e jardins e o medo que desaparecia à noite. Afonso dissera que já não tinha medo.

Quando começara a ter medo? Quando deixara Eduardo de notar? A imagem das três crianças com os olhos fechados e expressões serenas gravou-se na sua mente como ferro em brasa. A forma como confiavam naquela mulher, como ela lhes ensinara a expressar gratidão, a nomear emoções, a pedir ajuda a algo maior que eles mesmos, tudo o que ele fora incapaz de lhes dar.

Eduardo deslizou pela porta até ficar sentado no chão. O fato de 3.000 euros amarrotou-se contra a madeira. Os sapatos italianos esticaram-se à frente sem graça. E pela primeira vez em 3 anos, desde que a esposa os abandonara sem olhar para trás, Eduardo Carvalho chorou. As lágrimas queimavam-lhe as faces.

O peito sacudia-se com soluços silenciosos que não conseguia controlar. Cobriu a cara com as mãos para abafar qualquer som. Não sabia quanto tempo passara assim. 10 minutos. 30, uma hora. Quando finalmente conseguiu respirar de novo, quando conseguiu secar os olhos com a manga da camisa amarrotada, soube algo com absoluta certeza.

Tinha vivido como um fantasma na própria casa, trabalhando até de madrugada, viajando três semanas por mês, evitando os olhos dos filhos, porque lhe lembravam tudo o que perdera. E uma mulher de Aveiro, com o seu uniforme simples e voz suave, devolvera-lhes algo que ele nem sabia que precisavam. Fé, esperança. Paz.

Eduardo pôs-se de pé com pernas trémulas. Olhou-se no espelho do escritório. Os olhos estavam vermelhos, a gravata torta, o cabelo desalinhado. Parecia um homem que acabara de acordar de um pesadelo de 3 anos. Pegou no telefone e verificou a agenda. Tinha uma reunião em Londres na terça, uma conferência no Porto na quinta, um jantar com investidores no sábado.

Um a um começou a cancelar tudo. A secretária respondeu ao terceiro mensagem com um ponto de interrogação. Eduardo escreveu uma só linha. “Emergência familiar. Estarei em casa indefinidamente.” Guardou o telefone no bolso e saiu do escritório. A casa estava em silêncio agora. Eram quase 21 horas.

Subiu as escadas sem fazer ruído. A porta do quarto dos filhos estava entreaberta. Uma luz ténue escapava pela fresta. Espreitou com cuidado. Inês estava sentada numa cadeira entre as três camas que juntara contra a parede. Tinha um livro aberto no colo, mas não estava a ler. As três crianças dormiam profundamente, as respirações compassadas e tranquilas.

Ela levantou o olhar e viu-o a observá-la. Desta vez Eduardo não fugiu. Nem sequer levantou os olhos do portátil quando a mulher entrou no escritório. “Senhor Carvalho, apresento-lhe a senhora Inês Mendes.” A voz da senhora Oliveira, a governanta, soava cansada. “É a candidata para o lugar de babá.” “Ahã.” Eduardo continuou a escrever um email. “Experiência?”

Houve um silêncio desconfortável. “Três anos a cuidar dos meus sobrinhos em Aveiro”, respondeu uma voz feminina suave. “Sou professora do primeiro ciclo, mas a escola onde trabalhava fechou.” Isso fez Eduardo erguer o olhar por meio segundo. A mulher à sua frente devia ter uns 27 anos, cabelo escuro apanhado numa trança simples, vestido modesto mas limpo, sem maquilhagem, sem joias, mãos calejadas de quem trabalhava duro, nada impressionante, nada que sugerisse que poderia lidar com três crianças de 6 anos que destruíram a sanidade de sete babás nos últimos 18 meses.

“Referências?”, perguntou ele, voltando ao ecrã. “O padre António da paróquia de Fátima pode dar referências”, disse ela. E a diretora da escola onde lecionava, um padre e uma diretora de escola provinciana. Eduardo quase sorriu com amargura. “As criançasÀ medida que os anos passavam, a família crescia unida no amor e na fé, provando que os verdadeiros tesouros da vida não se medem em ouro, mas nos laços que nos mantêm juntos.

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