A Esposa Viajou a Trabalho por um Mês… e ao Voltar, Encontrou Isso Sob o Travesseiro do Marido.6 min de lectura

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Fui numa viagem de trabalho durante um mês e, assim que regressei a casa, o meu marido abraçou-me com força: “Vamos para o quarto, senti tanto a tua falta…” Sorri, sem saber que aquele abraço seria o início de dias que nunca esqueceria. Porque naquela casa, não era só o meu marido que me esperava…

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Lisboa, início de maio. A primeira chuva da estação caiu de repente, como os suspiros de uma mulher que acabara de sair do aeroporto após um mês de trabalho intenso no Porto. Catarina arrastava a mala, o coração a bater de emoção. Não era apenas pelo sucesso do projeto — embora isso também a enchesse de orgulho —, mas porque finalmente regressava a casa. Com João, o homem que todas as noites lhe dizia que a amava antes de adormecer.

Catarina abriu a porta com a digital, o coração acelerado como na primeira vez que visitara o namorado. A casa de dois andares estava em silêncio, cheirando a produto de limpeza acabado de usar. Mal deixou a mala no chão quando ouviu passos apressados a descer as escadas.

“Voltaste, meu amor!” exclamou João, abraçando-a como se não a visse há um ano inteiro. Apertou-a com tanta força que ela quase não conseguiu respirar, depois sorriu: “Vamos para o quarto! Senti tanto a tua falta!”

Catarina riu-se, aconchegando-se no ombro dele. O cheiro da sua pele, a respiração acelerada, o brilho nos olhos: tudo lhe trazia paz. Acenou: “Deixa-me tomar banho primeiro.”

João fez uma cara de menino mal-acostumado, mas concordou. Enquanto ela tomava banho, ele pôs música suave e preparou-lhe um sumo de laranja, que deixou em cima da mesa. Pequenos gestos, mas que significavam tudo para Catarina.

Naquela noite, abraçaram-se como se nunca tivessem estado separados. João sussurrava palavras doces, e Catarina sentia-se sortuda. Sabia que muitas mulheres carregavam o mundo sozinhas, mas ela tinha um homem que a cuidava e a fazia sentir amada.

Na manhã seguinte, João acordou cedo para fazer o pequeno-almoço: ovos, pão e um café com leite bem fresco, do jeito que ela gostava. Disse: “Fica bem, amor.”

Catarina sorriu, feliz. Talvez dissessem que os homens portugueses não eram muito românticos, mas o seu marido era a exceção.

Mas a felicidade, por vezes, é como o vidro: transparente, belo… e frágil.

Três dias depois, Catarina encontrou uma fita de cabelo vermelha debaixo da almofada. Não era dela. Nunca usava daquele tipo, muito menos daquela cor.

Ficou a segurá-la por momentos. Não sentiu um ciúme avassalador nem fúria, apenas uma tristeza profunda, como uma melodia que se desvanece devagar. Porque as mulheres têm um sexto sentido. Não disse nada.

Naquela noite, enquanto repousava a cabeça no braço de João, perguntou baixinho: “Enquanto eu estive fora… veio alguém a casa?”

João respondeu sem hesitar: “Só o Pedro veio pedir a furadeira emprestada, mais ninguém.”

Catarina acenou em silêncio, mantendo o rosto calmo. O sorriso nos lábios era forçado. João não notou nada, ou fingiu não notar. Continuou a abraçá-la, contando histórias do trabalho. Mas aquelas palavras, que deviam preencher a distância, só alargavam o vazio no seu coração.

O sexto sentido dizia-lhe que algo não estava bem. Uma fita vermelha. Um embrulho de rebuçado estranho debaixo da cama. O reflexo nervoso de João ao receber uma mensagem e virar o telemóvel. Tudo se juntava num puzzle doloroso.

Uma noite, esperou que João adormecesse. Pegou no telemóvel dele com mãos trémulas. O coração batia forte. Verificou chamadas, mensagens, redes sociais. No início, nada de estranho. Até que apareceu uma conversa com um nome feminino desconhecido.

Lê. Primeiro, frases inocentes. Depois, palavras cada vez mais íntimas. “Sinto tanto a tua falta.” — “Venho buscar-te no sábado.” — “O jantar foi perfeito, da próxima será ainda melhor.” — “Boa noite, amor ❤.”

O golpe foi brutal. As datas coincidiam com as semanas em que esteve no Porto. A fita, o rebuçado, o nervosismo… tudo fazia sentido.

As lágrimas começaram a rolar. Catarina olhou para o rosto sereno de João, tão falso. “Enganaste-me, João?” sussurrou entre soluços abafados.

Correu para a casa de banho, trancou-se e chorou até não ter mais lágrimas. Mas, ao olhar-se no espelho, viu algo além do rosto cansado e dos olhos vermelhos: determinação. Já não era a mulher frágil que descobrira a verdade momentos antes.

Na manhã seguinte, confrontou João. Mostrou-lhe a fita: “Explica-me isto.”

Ele gaguejou nervoso, inventando desculpas: “Deve ser do Pedro… ele deve ter deixado aqui…” Mas Catarina interrompeu-o com uma risada amarga.

“O Pedro? Um homem com fitas vermelhas? E também é ele quem te manda mensagens a dizer ‘Sinto a tua falta, amor’? Achas que sou parva?”

João empalideceu. O silêncio foi a sua confissão. Quando finalmente murmurou: “Perdoa-me… não sei porque fiz isto…” Catarina sentiu o mundo desabar.

Expulsou-o de casa. Chorou, entrou em colapso, ligou à melhor amiga em busca de consolo. A casa, que dias antes era um refúgio, tornou-se num lugar frio, cheio de memórias falsas.

Sentada à janela, a ver a chuva cair sobre Lisboa, Catarina perguntou-se: “Quantas lágrimas terei de derramar até encontrar paz outra vez?”

Mas, no meio da dor, nasceu uma certeza: a tempestade passaria, o sol voltaria a brilhar, e ela, mesmo ferida, aprenderia a erguer-se. Porque até as cicatrizes mais profundas, um dia, tornam-se sinais de força.

Os dias seguintes à saída de João foram um inferno silencioso. A casa estava grande demais, vazia demais. Cada canto — o sofá, a mesa da sala, a cama que ainda cheirava a ele — era um lembrete doloroso. Catarina chorou até as lágrimas secarem, deixando apenas um vazio no peito.

Mas, no meio daquela dor insuportável, algo começou a mudar dentro dela. Um pensamento persistente repetia-se: “Não posso deixar que esta traição destrua o resto da minha vida.”

A primeira semana foi a pior. Catarina quase não comia nem dormia. As amigas revezavam-se para a visitar, levando comida e distraindo-a. Uma delas disse: “Catarina, ninguém merece as tuas lágrimas. Muito menos alguém que não te valorizou.”

Aquela frase ficou-lhe gravada. Como uma faísca no escuro.

Pouco a pouco, Catarina começou a recuperar o controlo. Levantava-se cedo, vestia-se com cuidado mesmo quando não precisava. Encheu a casa de flores frescas, trocou os lençóis, pintou o quarto de outra cor. Como se, com cada mudança, apagasse um traço de João.

No trabalho, dedicou-se ao máximo. As colegas admiravam-lhe a força, sem imaginar a tempestade que enfrentara. Os projetos deram-lhe um propósito, uma razão para acordar. E sempre que alguE quando olhou para trás, percebeu que a dor havia sido necessária para encontrar a verdadeira felicidade que sempre esteve dentro dela.

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